Finalmente foi encontrada uma explicação para as manchas escuras no polo sul de Marte, conhecidas como “aranhas”.
Fonte: Live Science (Traduzido para o Português)
Esses padrões, vistos de imagens de satélites no polo sul do Planeta Vermelho, é claro que não são aranhas; mas as formas negras e ramificadas esculpidas na superfície marciana parecem arrepiantes o suficientes para que os pesquisadores os apelidem de “araneiformes” (significa “semelhantes a aranhas”) depois de descobrir as formas há mais de 2 décadas.
Na minha opinião, não se parecem nem um pouco com aranhas.
Medindo até 3300 pés (1 quilômetro) de diâmetro, as formas gigantescas não se parecem com nada na Terra. Mas em um novo estudo publicado em 19 de Março no jornal Scientific Reports, cientistas recriaram com sucesso uma versão encolhida em laboratório, usando uma placa de gelo de dióxido de carbono (também chamado de gelo seco) e uma máquina que simula a atmosfera marciana. Quando o gelo entra em contato com um leito muito mais quente de sedimentos semelhantes ao de Marte, parte do gelo instantaneamente se transforma em sólido para gás (o processo de sublimação), formando rachaduras em forma de “aranha”, onde o gás empurrou o gelo.
De acordo com a NASA, a atmosfera marciana contem mais de 95% de dióxido de carbono (CO2), e muito do gelo formado nos polos do planeta também são feitos de CO2. Em um estudo de 2003, pesquisadores propuseram que as “aranhas” em Marte se formavam na primavera, quando a luz do Sol penetra a camada translúcida do gelo de CO2 e aquece o solo por baixo. O aquecimento faz o gelo sublimar da sua base, aumentando a pressão sobre o gelo até finalmente rachar. O gás acumulado escapa pelas rachaduras em uma nuvem, deixando para trás o padrão de pernas de aranha em ziguezague visíveis em Marte hoje. Esta é a hipótese da equipe.
Até recentemente, cientistas não tinham formas de testar esta hipótese na Terra, onde as condições atmosféricas são muito diferentes. Mas no novo estudo, pesquisadores criaram uma pequena fatia de Marte aqui na Terra, usando um dispositivo chamado de Open University Mars Simulation Chamber. A equipe colocou grãos de sedimentos de tamanhos variados dentro da câmara, depois usaram um sistema semelhante a uma máquina de garra visto no fliperama local, para colocar um bloco de gelo seco sobre os grãos. A equipe ajustou a câmara para imitar as condições atmosféricas de Marte, e lentamente abaixou o bloco de gelo seco sobre os grãos.
Os experimentos provaram que a hipótese da sublimação é válida. Independente do tamanho dos grãos sedimentares, o gelo seco sempre sublima ao entrar em contato e o gás empurra para cima, abrindo rachaduras semelhantes a pernas de aranhas ao longo do caminho. De acordo com os pesquisadores, as pernas se ramificavam mais quando os grãos eram mais finos e menos, quando os grãos eram mais grossos.
Embora não definitivos, esses experimentos fornecem a primeira evidência física mostrando a formação geológica em Marte.