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A primeira constelação de satélites na Órbita Retrógada Distante (DRO)

A China implementou com sucesso a primeira órbita de satélites na Órbita Retrógada Distante, que fica entre a Terra e a Lua.

Fonte: ChinaDaily (Traduzido para o Português)

Os satélites DRO-A e DRO-B, desenvolvidos no âmbito do programa prioritário de pesquisa da Academia Chinesa de Ciências (CAS), “Exploração DRO”, se conectaram recentemente com o satélite DRO-L, que fica na órbita baixa da Terra, formando uma rede interligada depois de uma jornada de 8,5 milhões de km, segundo o Centro de Tecnologia e Engenharia para a Utilização do Espaço (CSU).

“A conquista coloca a China na vanguarda do uso do DRO, uma região orbital estratégica considerada como um ‘porto espacial natural’, para futuras missões lunares e de espaço profundo”, disse Wang Wenbin, um pesquisador da CAS e arquiteto-chefe do programa na CSU.

“A posição única da DRO permite a espaçonave entrar no espaço Terra-Lua com gasto mínimo de energia, enquanto mantém a estabilidade na posição e acesso do domínio completo.”

“Este sistema de três satélites estabelece uma infraestrutura crucial para manter as atividades humanas na esfera Terra-Lua.”

Wang acrescentou que as atividades importantes podem incluir futuras bases lunares, observatórios de espaço profundo e estações de suporte para missões interplanetárias.

Os satélites da rede DRO. A imagem é da mesma fonte da notícia.
O DRO-L está na órbita heliossíncrona, enquanto o DRO-A está orbitando a Lua e o DRO-B viaja ao redor dos pontos de Lagrange L3, L4 e L5 do sistema Terra-Lua. Fonte: Global TImes.

O programa superou vários desafios técnicos, incluindo uma anomalia no estágio superior do foguete, durante o lançamento do DRO-A e do DRO-B, em Março do ano passado. Os engenheiros realizaram vários ajustes emergenciais na órbita por mais de 4 meses, para salvar a missão.

“Nossa estratégia de transferência de baixa energia, trocando o tempo de voo prolongado por eficiência de consumo de combustível, permitindo a inserção orbital com sucesso, usando somente 20% do consumo tradicional”, explicou Zhang Jun, engenheiro chefe da Academia de Inovação para Microssatélites da CAS.

Inovações de ponta foram validadas através da constelação, incluindo a primeira comunicação intersatélite de banda K do mundo, com alcance de 1,17 milhões de quilômetros e um novo sistema de determinação orbital de rastreamento de satélite para satélite.

“Nosso método de navegação baseado em espaço obteve a precisão equivalente de dois dias de rastreamento terrestre com apenas 3 horas de dados entre os satélites”, afirmou Wang.

Desde que entrou em operação em Agosto do ano passado, a constelação conduziu vários experimentos científicos, demonstrando o potencial do DRO como um ponto de parada para missões de bases lunares, observatórios do espaço profundo e missões interplanetárias, de acordo com o CSU.

A iniciativa da CAS, lançada em 2022, baseia-se em 6 anos de pesquisa preliminar do DRO, desde 2017. Com o CSU supervisionando o desenvolvimento da carga e sistemas terrestres, enquanto o Centro de Controle Aeroespacial de Beijing gerenciava as operações de voo, o programa exemplifica a abordagem sistemática da China para garantir a liderança em tecnologias espaciais da próxima geração.

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