O assunto deste post são todas as gerações de caças a jato, suas características e sistemas eletrônicos utilizados. Este termo surgiu na década de 1990.
Primeira geração
Surgiram nos meados da década de 1940 e foram dominantes até os meados da década de 50. Estes aviões eram subsônicos, pois os motores não tinham pós-combustores para aumentar a propulsão. O funcionamento dos motores a jato será assunto para outro post. Os armamentos eram metralhadoras, canhões, bombas de queda livre e foguetes não-guiados. Alguns exemplos de aeronaves desta geração:
- F-86 Sabre (EUA):
- MiG-15 (URSS):
- Gloster Meteor (Reino Unido):
- Messerschmitt Me-262 (Alemanha):
- Saab J 29 Tunnan (Suécia):
- CAC Sabre (Austrália):
Segunda geração
Introduzidos entre 1955 e final da década de 1960. É a primeira geração a possuir um radar, que permite aumentar o alcance de engajamento e lançar mísseis ar-ar. Esta é a antena de radar do F-104 starfighter dos EUA.
Estes aviões podem alcançar velocidades supersônicas graças ao pós-combustor nos motores e usar mísseis guiados por infravermelho. Porém, estes sensores eram pouco sensíveis e tinham ângulo de visão no máximo 30º. São divididos em duas classes: interceptador e caça-bombardeiro. Também foi implementado o conceito de asa delta em alguns aviões como o francês Mirage III.
Abaixo tem mais alguns exemplos de caças desta geração.
- MiG-21 (URSS):
- F-102 Delta Dagger (EUA):
- Chengdu J-7 (China):
- HAL HF-24 Marut (Índia):
- Avro Canada CF-105 Arrow (Canadá):
- Hawker Hunter (Reino Unido):
Terceira geração
A maioria foi introduzida nas décadas de 1960 e 1970. Surge o conceito de caça multitarefa, aviões que podem fazer vários tipos de missões como suporte aéreo, ataque ao solo, superioridade aérea, etc. A aviônica, sistema de armas e aerodinâmica são aprimorados. Uma inovação é o radar doppler com “lookdown/shoot-down“, é a capacidade de detectar, rastrear e direcionar um míssil até o alvo. Este é o AN/APQ-153, o radar doppler original do Northrop F-5E.
Esta é a primeira geração capaz de acertar alvos além do alcance visual e empregar mísseis de médio alcance guiados por rádio e bombas guiadas por laser. Alguns exemplos de caças desta geração são:
- McDonnel Douglas Phantom II (EUA):
- MiG-25 (URSS):
- HESA Saeqeh (Irã):
- Saab 37 Viggen (Suécia):
- Dassault-Breguet Super Étendard (França):
- Mitsubishi F-1 (Japão):
Quarta geração
A maioria foi desenvolvida na década de 1980, avanços na microeletrônica e computação permitiram a criação de sistemas fly by wire, que permite estabilizar o avião e aumentar a manobrabilidade. O fly-by-wire precisa ter um post dedicado que será publicado futuramente.
Esta geração também tem motores mais potentes e aviônica melhorada. É aprimorado o IRST, um sensor infravermelho passivo que pode detectar outras aeronaves, veículos e mísseis, pois estes emitem radiação infravermelha, ou seja, calor.
O IRST funciona independente do radar e dependendo do tempo pode ser mais sensível que este. É montado ao lado do nariz ou embaixo da aeronave.
Alguns caças de quarta geração são:
- F-15 Eagle (EUA):
- MiG-29 (URSS):
- Chengdu J-10 (China):
- HAL Tejas (Índia):
- Mitsubishi F-2 (Japão):
- AIDC F-CK-1 Ching-kuo (Taiwan):
Geração 4.5
Esta geração existe devido à redução de gastos militares, limitando o projeto de novos vetores. Foi implementado o radar tipo AESA, de varredura eletrônica ativa. Tem uma varredura entre 90º e 120º e pode detectar e rastrear vários alvos ao mesmo tempo. Este é o AESA de um MiG-35.
Este tipo de radar tem vários transceptores e pode ser implementado em aeronaves de quarta geração.
Outras diferenças entre esta geração e a quarta são eletrônica altamente integrada e data links de alta capacidade, que são protocolos de transmissão de dados digitais. Alguns membros desta geração são:
- Boeing F/A-18E/F Super Hornet (EUA):
- Sukhoi Su-35 (Rússia):
- Saab JAS 39 Gripen E/F (Suécia):
- Dassault Rafale (França):
- Eurofighter EF-2000 Typhoon (Alemanha/Reino Unido/Italia/Espanha):
Quinta geração
A quinta geração se destaca pela capacidade stealth, ser invisível ao radar, ou pelo menos ter muito baixa assinatura de radar. Além de aviônica mais sofisticada e motores de alto desempenho. Alguns vetores desta geração são:
- Lockheed Martin F-22 Raptor (EUA):
- F-35 Lighting (EUA):
- Sukhoi SU-57 PAK FA (Rússia):
- Chengdu J-20 (China):
- Shenyang J-31 (China):
Classificações diferentes
A classificação de gerações de caças a jato acima é a ocidental, mas não é a única. De acordo com a classificação russa, tem a geração 0, que são aviões com asa perpendicular ao corpo do avião e a primeira geração são aeronaves com asa em forma de flecha. Não há geração 4.5.
Na classificação chinesa, as gerações de caças a jato são 4, o F-22 é considerado de quarta geração.
- Primeira geração: Introduzidos nas décadas de 1950 e 1960;
- Segunda geração: Décadas de 1970 e 1980;
- Terceira geração: Décadas de 1990 e 2000;
- Quarta geração: Década de 2010.
Cumprimento-o pelo post. Achei interessante a classificação russa.
Obrigado. Eu também achei. Porém no infográfico, o F-4 devia estar na terceira.