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Amazonia-1: o satélite de observação brasileiro

O Amazonia-1 é o primeiro satélite de observação da Terra totalmente desenvolvido no Brasil. Sua missão é detectar e monitorar desmatamentos na Amazônia.

Fonte: Space.com (Traduzido para o Português)

O satélite brasileiro de observação da Terra foi lançado ao espaço a bordo de um foguete indiano neste domingo (dia 28), junto com 18 satélites passageiros dos EUA e Índia.

O foguete da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), que carregou o Amazonia-1 do Brasil para a órbita, decolou às 10:24 no horário local (01:54 no horário de Brasília) do Centro Espacial Satish Dhawan em Sriharikota, Índia. Um Veículo Lançador de Satélite Polar (PSLV) da ISRO transportou o Amazonia-1 e 18 pequenos satélites ao espaço, usando a variante “DL”, com dois propulsores sólidos auxiliares, afirmou a ISRO na descrição da missão

foguete que levou o Amazonia-1
O foguete PSLV C-51 colocou o Amazonia-1 no espaço após 17 minutos e 23 segundos de voo. Foi o 53° voo deste lançador e o primeiro de 2021. Fonte: ISRO.
Amazonia-1 dentro do PSLV C-51
Amazonia-1 dentro do módulo do PSLV C-51. Mesma fonte da notícia.

“O satélite está em condições muito boas” disse K. Sivan, presidente da ISRO, após o lançamento. “Os painéis solares foram abertos e estão funcionando muito bem”.

Os outros 18 satélites são os indianos Satish Dhawan SAT (estuda radiação, clima espacial e comunicações), 3 UNITYsat (para retransmissão de rádio) e o satélite de demonstração de tecnologia chamado SindhuNetra.

Os americanos incluem outro demonstrador de tecnologia chamado SAI-1 NanoConnect-2 e 12 “Spacebees” da Swarm Technologies, parte de uma constelação maior que a empresa está construindo na baixa órbita terrestre.

O satélite Amazonia-1 e a missão

O satélite percorre a 752 km de altitude em uma órbita polar heliossíncrona, uma órbita que passa próximo dos polos da Terra, mas o movimento do satélite sempre aparece o mesmo quando visto do Sol.

órbita polar síncrona
Órbita polar heliossíncrona (SSO) em verde. Fonte: Wikidata.

O Amazonia-1 pesa 638 kg. Produzirá imagens do planeta a cada 5 dias, com uma câmera de 3 bandas do espectro visível (VIS) e outra do espectro próximo do infravermelho (NIR), permitindo mostrar áreas de 850 km² com 60 metros de resolução. Pode-se monitorar desmatamentos mesmo com tempo nublado.

Fonte: INPE

Os satélites da série Amazonia serăo formados por dois módulos independentes: um Módulo de Serviço, que é a Plataforma Multimissăo (PMM) e um Módulo de Carga Útil, que abriga câmeras imageadoras, equipamentos de gravaçăo e transmissăo de dados de imagens.

A figura abaixo ilustra o satélite Amazonia 1 com seus dois módulos acoplados: Plataforma Multimissăo (Módulo de Serviço, inferior) e o Módulo de Carga Útil (parte superior do satélite). Os painéis de fechamento estăo separados para ilustrar a disposiçăo interna dos equipamentos e subsistemas. O painel solar é mostrado em sua posiçăo recolhida (configuraçăo da fase de lançamento).

PMM-acoplada-com-Modulo-de-Carga-Util
PMM acoplada com o módulo de carga útil.

A missão Amazonia lançará mais dois satélites: Amazonia-1B e Amazonia-2.

Fonte: INPE

A Missão Amazonia irá fornecer dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento especialmente na região amazônica e, também, a diversificada agricultura em todo o território nacional com uma alta taxa de revisita, buscando atuar em sinergia com os programas ambientais existentes.

Os dados gerados serão úteis para atender, ainda, outras aplicações correlatas, tais como: monitoramento da região costeira, reservatórios de água, florestas naturais e cultivadas, desastres ambientais, entre outros.

Os dados estarão disponíveis tanto para comunidade científica e órgãos governamentais quanto para usuários interessados em uma melhor compreensão do ambiente terrestre.

O vídeo do lançamento.

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