Uma nova fórmula para a tinta branca obteve um recorde de refletividade, permitindo economizar energia com ar condicionados e melhorar o isolamento térmico.
Fonte: Science alert (Traduzido para o Português)
Se for usada em revestimento de prédios, dizem os inventores, a pintura pode ajudar na luta contra o aquecimento global, reduzindo a dependência de ar condicionados elétricos, um hábito que piorou com a crise climática.
“Se você usar esta pintura para cobrir um telhado cuja área é de 1000 pés quadrados [92,9 metros quadrados], nós estimamos que obteria uma potência de resfriamento de 10 kilowatts”, disse o engenheiro mecânico Xiulin Ruan, da Universidade Purdue.
“Isto é mais potente que o ar condicionado central usado na maioria das casas”.
O trabalho da equipe se baseia na tinta desenvolvida no ano passado, que obteve uma reflexão recorde de 95,9%. Segundo a equipe, a nova fórmula se aproxima muito mais da contraparte do Vantablack, o pigmento preto que absorve 99,965% da luz visível.
O Vantablack tem suas próprias aplicações, mas engenheiros e cientistas de materiais estavam procurando uma tinta branca ultrarrefletiva por um tempo, devido ao potencial de resfriamento. Tintas refletivas resfriantes já estão disponíveis no mercado, como tinta de dióxido de titânio, mas não são capazes de obter temperaturas menores do que a do ambiente.
Para desenvolver a nova pintura, os pesquisadores procuraram por materiais brancos altamente refletivos. As tintas anteriores eram feitas de partículas de carbonato de cálcio, a composição química encontrada em giz, calcário e mármore, suspenso em um meio acrílico.
Para a nova fórmula, eles usaram o sulfato de bário, que existe naturalmente na barita e é usado como pigmento da tinta branca.
O truque é o tamanho e a concentração das partículas. Uma gama de diferentes tamanhos de partículas permite espalhar a maior quantidade de luz. É claro que quanto mais sulfato de bário, mais luz pode ser refletida. Porém, há um ponto onde o excesso de sulfato de bário pode comprometer a integridade da tinta, tornando-a quebradiça e escamosa quando seca.
Os pesquisadores descobriram que o ponto ideal é uma concentração de 60% de sulfato de bário no meio acrílico.
Durante os testes, a equipe descobriu que a superfície pintada permaneceu 4,5ºC mais fria que a temperatura ambiente, alcançando uma potência de resfriamento de 117 watts por metro quadrado. Isto foi mantido no auge do inverno.
Em comparação, a equipe com a tinta de carbonato de cálcio teve uma temperatura de superfície 1,7ºC menor que a do ambiente ao meio-dia, uma potência de resfriamento de 37 watts por metro quadrado. O sulfato de bário fez uma diferença significativa no aumento percentual da refletividade.
Cientistas procuravam um método de resfriamento radiativo passivo desde a década de 1970. O sulfato de bário funciona, é confiável e pode ser produzido comercialmente. A equipe entrou com um pedido de patente e espera que a tinta possa chegar em breve ao uso comum.