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Primeira imagem do buraco negro no centro da galáxia

A equipe internacional do Telescópio de Horizonte de Eventos (EHT), conseguiu obter a primeira imagem do buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea.

Fonte: Event Horizon Telescope (Traduzido para o Português)

A imagem é uma visualização esperada do objeto massivo no centro de nossa galáxia. Anteriormente, cientistas viram estrelas orbitando ao redor de algo invisível, compacto e muito massivo no centro da Via Láctea. Fortemente sugerindo que este objeto, conhecido como Sagittarius A (Sgr A), seja um buraco negro. E a imagem de hoje fornece a primeira evidência visual direta.

centro galáctico
O buraco negro tem este nome porque o radiotelescópio ALMA, no Chile, apontou para a constelação de Sagitário, perto da de Escorpião. Galactic Centre=centro galáctico. Fonte: Space.com.

Embora não podemos ver o buraco negro em si, porque é completamente escuro, o gás brilhante ao redor mostra uma assinatura reveladora: uma região central escura (chamada de “sombra”) cercada por uma estrutura brilhante em forma de anel. A nova visualização captura a luz sendo curvada pela gravidade poderosa do buraco negro, que é 4 milhões de vezes mais pesado que o Sol.

“Nós ficamos atordoados como o tamanho do anel concordou com as previsões da Teoria da Relatividade Geral de Einstein”, disse o cientista do projeto EHT Geoffrey Bower do Instituto de Astronomia e Astrofísica, Academia Sinica, Taipei. “Estas observações sem precedentes aumentaram grandemente o nosso entendimento do que acontece no centro de nossa galáxia e oferece novas percepções sobre como estes buracos negros gigantes interagem com o seu entorno.” Os resultados da equipe da EHT foram publicados ontem em uma edição especial no The Astrophysical Journal Letters.

Como o buraco negro está a 27.000 anos-luz da Terra, parece ter o mesmo tamanho no céu do que uma rosca na Lua. Para obter a imagem, a equipe criou o poderoso EHT, que uniu 8 radiotelescópios existentes ao redor do mundo, para formar um único telescópio virtual do tamanho da Terra. A EHT observou o Sgr A em múltiplas noites, coletando dados por muitas horas seguidas, semelhante ao uso prolongado de exposição em uma câmera.

Os pesquisadores tiveram que desenvolver novas ferramentas sofisticadas que explicassem o movimento do gás ao redor de Sgr A. Enquanto M87 foi um alvo mais fácil e estável, com quase todas as imagens parecendo iguais, este não foi o caso para Sgr A. A imagem deste buraco negro é uma média das diferentes imagens que a equipe extraiu, finalmente revelando o gigante no centro de nossa galáxia pela primeira vez.

buraco negro no centro da galáxia
A primeira imagem do buraco negro no centro da Via Láctea, Sagittarius A. Aparentemente estava sendo rodeado por três grandes corpos celestes. Fonte: Nature.
A imagem do buraco negro da galáxia Messier 87 (M87), obtida há alguns anos atrás. Algumas pessoas afirmam que está foto é falsa. Fonte: Nature.

O esforço foi possível graças à engenhosidade de mais de 300 pesquisadores de 80 instituições ao redor do mundo, que juntos formam a colaboração. Além de desenvolver ferramentas complexas para superar os desafios de obter a imagem do Sgr A, a equipe trabalhou rigorosamente por 5 anos, usando supercomputadores para combinar e analisar os dados, enquanto compilava uma biblioteca sem precedentes de buracos negros simulados, para comparar com as observações.

Cientistas estão particularmente empolgados em finalmente ter as imagens de dois buracos negros de diferentes tamanhos, que oferecem a oportunidade de entender como eles se comparam e contrastam. Também, começaram a usar os novos dados para testar teorias e modelos de como o gás se comporta ao redor de buracos negros supermassivos. Este processo ainda não é totalmente entendido, mas acredita-se que desempenhe um papel chave na formação e evolução das galáxias.

O progresso no EHT continua: uma grande campanha de observação em Março de 2022, incluiu mais telescópios que antes. A expansão em andamento da rede EHT e atualizações tecnológicas significativas permitirão os cientistas compartilharem imagens cada vez mais impressionantes, assim como filmes dos buracos negros no futuro próximo.

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