O assunto deste post é o telescópio de espelho líquido. São mostrados o funcionamento, as vantagens e desvantagens e, alguns projetos.
Como funciona?
O espelho primário, que recebe a luz que vem do espaço, é feito de mercúrio líquido em rotação a uma velocidade constante por um motor elétrico. A gravidade puxa o líquido para baixo e a força da inércia, ou força centrífuga, leva parte do líquido para os lados. O líquido forma uma parábola perfeita que concentra a luz no espelho secundário ou em uma câmera CCD.
O líquido flutua em uma camada muito fina de ar comprimido, para eliminar o atrito durante a rotação.
Vantagens e desvantagens
As vantagens do telescópio de espelho líquido:
- O mercúrio líquido é muito mais barato do que um espelho sólido com revestimento de alumínio de mesmo diâmetro.
- A distância focal do espelho líquido pode ser variada controlando a velocidade de rotação.
- Um espelho sólido precisa ser fabricado e polido com extrema precisão, se a curvatura do espelho estiver uma fração do fio de cabelo fora, as imagens ficarão borradas. Enquanto a rotação do espelho líquido cria uma parábola perfeita.
As desvantagens são:
- O campo de visão é muito menor, o telescópio de espelho líquido é apontado apenas para uma pequena parte do espaço.
- Não pode ser apontado para outra direção.
- O espelho não pode ser maior que 8 metros de diâmetro, pois o efeito Coriolis vai deformá-lo.
O maior telescópio de espelho líquido do mundo
É o Telescópio Internacional de Espelho Líquido (ILMT), fica no observatório Devasthal, a 2450 metros de altitude, no território indiano do Himalaia. Possui 4 metros de diâmetro e 50 litros de mercúrio sobre 10 microns de ar comprimido.
O projeto do telescópio de espelho líquido na Lua
Este é um projeto da NASA, para colocar um telescópio de espelho líquido de 100 metros em uma cratera de um dos polos da Lua. O satélite natural não possui atmosfera e a rotação é muito menor. Portanto, é possível construir espelhos líquidos maiores. O telescópio seria operado remotamente e alimentado por painéis solares. O líquido pode ser transportado por um foguete, mas não pode ser feito de mercúrio. Pois este vai evaporar durante o dia e congelar durante a noite. Será usado um líquido iônico revestido por um filme fino de prata.
Se construído, este telescópio pode encontrar as primeiras estrelas do Universo, que ficam a 13 bilhões de anos-luz de distância, onde nem o James Webb pode alcançar.