No dia 5 de Julho, o último foguete europeu Ariane 5 será lançado da base de Kourou, na Guiana Francesa. Após 27 anos de serviço.
Fonte: Spaceflight Now (Traduzido para o Português)
O icônico foguete europeu Ariane 5, com seu estágio principal movido à hidrogênio líquido e propulsores de combustível sólido, garantiu à Europa o acesso ao espaço, fornecendo uma capacidade única de lançar satélites e naves espaciais para órbitas precisas por quase três décadas.
A longa jornada chega ao fim quando o último foguete Ariane 5 decolar de Kourou, na Guiana Francesa, carregando o satélite de comunicações militares francês Syracuse 4B e o satélite de comunicações alemão Heinrich Hertz para uma órbita geoestacionária. A janela de lançamento de 65 minutos será executada às 19hs, no horário local, o mesmo de Brasília.
O foguete deveria ter sido lançado ontem, dia 4 de Julho, mas o mau tempo o impediu.
O tão anunciado lançamento de estreia do Ariane 5, em Junho de 1996, fracassou e o segundo lançamento um ano depois teve um sucesso parcial. Mas após estes contratempos, o foguete teve um registro louvável de 116 lançamentos bem-sucedidos.
Durante a maior parte da sua história, o foguete provou ser um verdadeiro burro de carga, lançando dezenas de satélites comerciais para a órbita geoestacionária, assim como garantir que as nações europeias tenham meios de enviar as cargas de segurança nacional para a órbita.
Lançamentos importantes feitos pelo Ariane 5:
- A missão Rosetta, enviar uma sonda para a superfície de um cometa.
- O observatório espacial Herschel, para observar o universo primitivo.
- O telescópio espacial Planck, para estudar a radiação remanescente do Big Bang.
- A missão euro-japonesa BepiColombo, para o planeta Mercúrio.
- O telescópio James Webb.
- A missão Juice, o último lançamento interplanetário do Ariane 5.
O lançamento final do Ariane 5, que será o 117º, foi atrasado por 2 semanas devido às falhas na linha de transmissão pirotécnica. O foguete, operado pela Arianespace da Agência Espacial Europeia (ESA), teve apenas duas falhas e três falhas parciais, dando uma taxa de sucesso de 96%.
O foguete sucedeu o Ariane 4 e mostrou ser uma grande evolução da família Ariane, com muito mais potência que o antecessor e com tecnologias mais avançadas.
Uma combinação de sistemas de propulsão líquida e sólida forneceu ao foguete uma capacidade poderosa e confiável de lançamento. Seu projeto de dois estágios comprime um estágio principal criogênico alimentado pelos motores Vulcain e propulsores de combustível sólido (SRBs), fornecendo a propulsão inicial durante a decolagem.
As versões genéricas sucessivas: Ariane 5G, Ariane 5G+, Ariane 5GS e Ariane 5 ES, esta última foi usada para várias missões, incluindo a transferência automática de veículo (ATV) para a Estação Espacial Internacional (ISS), foram todas aposentadas, deixando uma configuração operacional, o Ariane 5 ECA (Evolved Cryogenic, model A).
Com a capacidade de transportar cargas pesadas de até 10 toneladas para a órbita geoestacionária, o foguete foi instrumental em lançar grandes satélites de comunicações, cargas científicas e até mesmo missões interplanetárias, a alta capacidade o tornou uma escolha confiável para clientes comerciais e agências espaciais no mundo inteiro.
A variação Ariane 5 ECA possui um núcleo principal aprimorado e maior capacidade de carga, permitindo carregar um, dois ou três satélites grandes. Uma configuração de inicialização dupla foi a mais comumente usada.