Este artigo sobre plásticos foi escrito por Antônio Ademir Stroski, Engenheiro Agrônomo e Mestre em Meio Ambiente.
Na gestão dos resíduos sólidos urbanos, o tratamento e destino final adequado para os plásticos pós-consumo se apresentam como o maior desafio das comunidades e cidades em todo o mundo. As embalagens plásticas, produzidas de diferentes polímeros, amplamente empregadas nos mais variados processos industriais, tiveram, nas últimas décadas, uma participação crescente e acentuada na composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos, passando a ocupar um índice percentual de dois dígitos. Indiscutivelmente significativo, pois é material de baixa densidade, portanto, o maior volume entre os materiais que são descartados com produtos diversos, consumidos no dia a dia.
Os bilhões de toneladas de materiais são extraídos da natureza, processados e, depois do consumo, descartados indiscriminadamente. Nos ambientes onde há a coleta seletiva e o mercado, também há a reciclagem. No entanto, os resultados são decepcionantes. De acordo com dados globais informados no Circularity Gap REport 2024, 6,8% dos materiais retornam para o processo de reciclagem. Portanto, 93% tem como destino os aterros sanitários, a incineração, e ainda, o destino clandestino e irregular, no modo de vazadouros a céu aberto, os lixões.
O descarte irregular no solo ou diretamente nos corpos d’água é uma ocorrência frequente, onde está ausente a conduta de boas práticas das pessoas, principalmente nos países com índices baixos no saneamento básico, produzindo danos ambientais, comprometendo a saúde de pessoas e animais. E há uma linearidade do sistema com expressivo desperdício de recursos e energia. Na indústria dos plásticos, substituir uma tonelada de material virgem por reciclado evita a emissão de 2,128 toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e) — medida internacional usada para representar os demais gases com efeito de estufa em forma de dióxido de carbono.
As grandes manchas de lixo nos oceanos, originadas pelos efeitos das correntes oceânicas que transportam os resíduos plásticos descartados irregularmente pela população humana, exprimem a magnitude do desafio e das consequências ambientais, afetando a vida marinha em geral. Não são apenas as embarcações, cidades e comunidades costeiras responsáveis pela fantástica quantidade de plásticos nos ambientes marinhos. O descarte irregular de resíduos das populações que habitam as bacias das águas interiores também alcança os oceanos. Assim, é oportuno mencionar o estudo da Fundação Fiocruz, ao analisar 52 artigos reportando a presença de plásticos e fragmentos deste material nos rios da bacia amazônica, revelando que o mesmo processo que provoca poluição com os contaminantes contidos nos materiais plásticos, também está presente no bioma com a maior floresta tropical do planeta.
Em resumo, compõem o cenário da produção mundial crescente de embalagens e demais produtos plásticos, que pode triplicar até 2050, o uso indiscriminado, o descarte irregular, a inexpressiva taxa de reciclagem e a forte atuação de atores corporativos associados à indústria do petróleo. Portanto, convivemos com a tendência de aumento da contaminação dos ambientes terrestres, aquáticos em todos os continentes e o consequente aporte nos oceanos. Tema tão urgente quanto a mudança do clima.


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